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Entrevista com Paul Arthur Friedericks de Paul e Jack


Vinícius Lima

Paul Arthur Friedericks foi para a França quando tinha 6 anos e lá se formou em mágica infantil. Aos 16 anos, quando voltou ao Brasil, fez mágica infantil profissional durante dois anos. Hoje, Paul é um dos mágicos mais renomados do Brasil. Ele compõe há 10 anos o Paul & Jack, com o boneco Jack, que surgiu da necessidade de formar uma dupla.

A característica das apresentações de Paul & Jack é a mágica close-up, bem pertinho do público e com a participação dele. São mágicas cômicas, com personagens engraçados interpretados pelo ator Marcos Leoni e pelo ajudante Rodrigo Bermuda.

A “dupla” trabalha com apresentações em eventos corporativos e são os primeiros mágicos do Brasil a conseguirem patrocínio. Já apresentaram também em rede nacional nos programas Domingo Legal, no SBT, Domingão do Faustão e Programa do Jô, na Globo. Eles estiveram em Maringá no último dia 12 apresentando-se no 20º Festival Nipo Brasileiro de Maringá. O jornal Matéria Prima esteve lá, assistiu ao show e fez uma entrevista exclusiva.

Você disse no show: “a mágica é a única arte no mundo que causa frustração intelectual”. O que você acha de mágicos, como o Mister M, que revela a mágica?
Quebra a frustração automaticamente. Por isso que as crianças se identificaram muito, elas adoraram, ele ficou como um herói. Eu não uso essa técnica. Já usei, mas não uso mais. Eu trouxe uma outra técnica, que é o humor. Graças ao humor a mágica fica perfeita porque a pessoa ri e descarregada uma tensão. O riso é uma descarga de tensão nervosa, então a pessoa descarrega e se sente à vontade, não fica com raiva do mágico, não quer desafiar o mágico toda hora. É uma forma de quebrar a frustração e conquistar o público.

O seu show é bem popularesco e você interage com o público. Já pensou em adotar tecnologias para seu show? 
Eu não gosto. Hoje em dia o pessoal só pensa em tecnologia. Acho que as pessoas vão resgatar aos poucos essa coisa de antigamente, do relacionamento humano, num show ao vivo. Eu chamo isso de visceral, a pessoa sentir o espetáculo. Se usar tecnologia isso se perde, fica frio, distante. Mágica e teatro é humor. O Issao Imamura é um mágico extraordinário, é pioneiro na América Latina em mágica com tecnologia. Ele faz aparecer um caminhão gigantesco ou o que você quiser ele faz aparecer. Eu já estou levando para o lado da street magic com teatro, que é uma mágica cômica.

O que é preciso para ser mágico? 
Para ser mágico tem que se dar bem com o público, tem que ter desenvoltura com o público. Antigamente, para entrar em um grupo, a pessoa tinha que apresentar um número inédito, e se as pessoas [do grupo de mágicos] aceitassem, todo mundo iria ensinar uma mágica e ele ensinaria a dele. Hoje em dia é dinheiro: você paga, você aprende. No Brasil tem algumas associações e escolas de mágica para o amador.

É uma profissão regulamentada? 
Existe o DRT do mágico, mas ninguém me parou no show para solicitar o meu [risos]. Tem sindicato, associações de mágicos. É uma máfia. Eles querem limitar os praticantes para não vulgarizar. Eu acho errado. Todo mundo tinha que saber fazer uma mágica. É uma coisa muito legal, muito social. Você está no barzinho, está no trabalho, reunião com cliente e quer quebrar o gelo. Se você faz uma mágica, você conquista o cliente.

Você já errou em cima do palco? 
Já, lógico. Quando são mágicas que eu já errei eu sei o que fazer. Quando são mágicas novas eu improviso. Se não improvisar eu simplesmente dou risada e a pessoa às vezes não percebe que eu errei porque não sabe que não aconteceu um efeito mágico.

Você tem alguns mágicos em quem se inspira? 
Tenho. O mágico que eu acho mais extraordinário é um japonês. Chama-se Cyril Takayama. Ele é um mágico que surgiu na internet e fez um número muito popular. Ele vai no cartaz do Mac Donald’s onde os lanches estão expostos, pega um dos lanches, a imagem some, ele dá uma mordida, e coloca de volta no cartaz [com a imagem do lanche mordido]. O efeito mágico é muito original, o que é uma coisa muito difícil de acontecer. Eu trago mágicas clássicas para meu show e altero a apresentação graças ao Marcos [ator].

Você deve ter visto a apresentação dos “Quick Change Artists” que mudam as roupas com muita agilidade. Você faz ideia de como se faz isso? 
Sim, essa é uma categoria na mágica que chama-se costume change, em inglês, troca de roupa. É uma arte por si só, eles só fazem esse número geralmente. Precisa de uma mulher, uma dançarina com certeza, e um mágico carismático para poder dar o ritmo. É extraordinário. No ano que vem nós vamos incorporar uma mágica dessa para o show. Eles vão me anunciar, eu vou entrar de roupão de banho, não vou estar pronto, então eu tiro o roupão e estou de terno.

De onde veio a ideia de adotar o Jack nas suas apresentações? 
O Jack veio de uma necessidade que eu sentia de montar uma dupla de mágicos. Eu fiz o contato com alguns amigos, mas não deu certo essa química de dois egos em cena. Então eu criei o Jack, o Paul & Jack. Mas essa necessidade continuou e aí que eu introduzi o ator. É uma coisa muito mais fácil, existem muito mais atores do que mágicos, então eu consigo selecionar e treinar. Eu achei a química perfeita com o Marcos.

Para você, o que é ser mágico? 
É minha vida. Acho que eu nasci para ser mágico, para representar uma classe milenar, fazer as pessoas acreditarem no impossível, sonharem.

Fonte : 
http://www.jornalmateriaprima.com.br/menu/reportagem/?id=27

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